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Chikungunya é perigo no verão, principalmente para os idosos
Como doença é recente, população está mais suscetível à infecção
DE A TRIBUNA ON-LINE

Chikungunya é transmitido pelo Aedes aegypti
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
A chikungunya, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (como a dengue e zika), traz dois alertas para o
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
verão: o aumento de casos na Baixada Santista e o risco de morte, principalmente, aos idosos. O perigo à terceira idade faz parte de estudos internacionais, já que o vírus é recente no Brasil.
Quem explica é André Ribas Freitas, membro do comitê científico da Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses. Segundo ele, a chikungunya é a grande preocupação deste verão e, o que ninguém fala, é que ela pode ser fatal.
“A chikungunya mata muito mais a pessoa idosa que a dengue. Um estudo feito nas Ilhas Reunião (Oceano Índico, a leste de Madagascar), onde o mal existe há mais tempo, a população de mais de 65 anos teve taxa de 69 óbitos para cada 100 mil habitantes. Nos infectados de 25 a 45 anos o número caía para dois óbitos a cada 100 mil”, explica o especialista.
Este ano já foram registrados 159 óbitos pela doença no Brasil, principalmente na região Nordeste. O Estado de São Paulo não teve nenhum caso fatal de chikungunya, até o momento.
Cenário regional
Na Baixada Santista, apenas Bertioga não registrou queda nos casos de dengue entre 2015 e 2016. Então, este ano, a maior preocupação foi com o vírus Zika nas gestantes, por causa da microcefalia (malformação cerebral causada pelo Zika).
Já para 2017, especialistas e o próprio Ministério da Saúde trabalham com a possibilidade de que ocorra uma alta nos casos de chikungunya.
A explicação é simples: uma vez que a doença é recente (identificada pela primeira vez no Brasil em 2014), a população está mais suscetível.
Só em Santos foram 31 casos de chikungunya confirmados este ano até agora, contra nenhum em 2015.
Com a chegada do verão, a tendência é de alta nas estatísticas e, segundo o infectologista que trabalha na rede de saúde municipal de Santos, Marcos Caseiro, ainda há sub-notificação. Ou seja, os números devem ser maiores.
“A chikungunya vai crescer, não temos dúvida. Com o trânsito de pessoas poupando e preferindo viajar para dentro do próprio País com a crise, indo para o Nordeste onde a infestação é maior, é esperado que a circulada doença aumente”, diz Caseiro.
Cubatão, cidade com o segundo maior número de casos de chikungunua, confirma a tese. Lá houve 17 notificações, nenhuma delas originada no Município (os pacientes são de cidades vizinhas ou viajaram para o Nordeste). Outros 29 casos foram descartados, dois aguardam resultado e em quatro situações os exames foram inconclusivos. Em 2015, registrou-se apenas um caso.
Tanto os governos municipais quanto o Estadual e o Federal dizem que lutam contra as doenças transmitidas pelo Aedes e que há assistência no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, o exame de sorologia para chikungunya na Baixada Santista precisa ser enviado ao Adolfo Lutz, na Capital. O resultado demora um mês. Só em planos de saúde o médico consegue diagnóstico mais rápido (cerca de duas semanas).
Por isso, a orientação de especialistas é para que a população colabore e combata o mosquito. “Se pegarmos o exemplo da dengue, que começou primeiro no Nordeste, mas teve maior epidemia em São Paulo nos últimos anos, podemos esperar que ocorra o mesmo com a chikungunya aqui. É difícil prever quando, mas a certeza é de que o risco do Estado é tão grande (de tê-la), comparado ao resto do País. Resta se proteger e eliminar o Aedes”, diz Freitas, que lembra ainda não existir medicamentos para as doenças, só contra os sintomas.
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