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MPPE lança projeto para incentivar apadrinhamento afetivo de idosos
Proposta é garantir apoio a pessoas que perderam laços familiares. 'Vidas que se Transformam' foi lançado, nesta quinta (27), em Paulista.
Do G1 PE
Campanha foi lançada em Paulista
O Ministério Público de Pernambuco lançou, nesta quinta-feira (27), em Paulista, no Grande Recife, o Projeto ‘Vidas que Se Transformam’. A proposta é incentivar o apadrinhamento (Foto: Ascom/MPPE)afetivo de idosos que não têm mais laços familiares. Com isso, os promotores pretendem assegurar a essas pessoas cuidados e melhores condições para viver.
De acordo com o MPPE, toda pessoa maior de 18 anos e com capacidade civil pode apadrinhar idosos acolhidos em instituições de longa permanência da cidade. Os padrinhos atuarão como prestadores de serviço voluntários e vão desenvolver com seu afilhado um contato por meio de visitas, passeios, atividades como música, leitura e conversas. As atividades vão ser acompanhadas por representantes da instituição que abriga o idoso e devem ter a autorização da coordenação do Núcleo do projeto do MPPE.
Caso o padrinho ou madrinha desejar apenas o apadrinhamento financeiro, colaborando com as despesas do idoso, o termo de compromisso também poderá ser autorizado pelo MPPE.
Os interessados em participar da iniciativa devem procurar o Núcleo de Apadrinhamento do MPPE, na sede das Promotorias de Justiça de Paulista.
Lá, podem fazer seu cadastro e apresentar ficha de inscrição preenchida e cópias da carteia de identidade, CPF e comprovante de residência. Após a inscrição, a equipe do Núcleo realizará uma avaliação psicossocial dos candidatos.
A equipe do projeto cuida e acompanha todo o processo, com a finalidade de garantir o bem-estar de todas as pessoas envolvidas, inclusive com encontros periódicos para trocar experiências. A iniciativa é da promotora de Defesa da Cidadania de Paulista, Christiana Ramalho Leite Cavalcante.
Segundo ela, mesmo as instituições de acolhimento já remodeladas pelo Estatuto do Idoso não favorecem condições plenas a seus acolhidos, porquanto não guardam relação com a realidade social e se tornam locais encarceradores, na maior parte do tempo, sem atividades lúdicas e prazerosas.
Chikungunya é perigo no verão, principalmente para os idosos
Como doença é recente, população está mais suscetível à infecção
DE A TRIBUNA ON-LINE
Chikungunya é transmitido pelo Aedes aegypti
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
A chikungunya, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (como a dengue e zika), traz dois alertas para o
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
verão: o aumento de casos na Baixada Santista e o risco de morte, principalmente, aos idosos. O perigo à terceira idade faz parte de estudos internacionais, já que o vírus é recente no Brasil.
Quem explica é André Ribas Freitas, membro do comitê científico da Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses. Segundo ele, a chikungunya é a grande preocupação deste verão e, o que ninguém fala, é que ela pode ser fatal.
“A chikungunya mata muito mais a pessoa idosa que a dengue. Um estudo feito nas Ilhas Reunião (Oceano Índico, a leste de Madagascar), onde o mal existe há mais tempo, a população de mais de 65 anos teve taxa de 69 óbitos para cada 100 mil habitantes. Nos infectados de 25 a 45 anos o número caía para dois óbitos a cada 100 mil”, explica o especialista.
Este ano já foram registrados 159 óbitos pela doença no Brasil, principalmente na região Nordeste. O Estado de São Paulo não teve nenhum caso fatal de chikungunya, até o momento.
Cenário regional
Na Baixada Santista, apenas Bertioga não registrou queda nos casos de dengue entre 2015 e 2016. Então, este ano, a maior preocupação foi com o vírus Zika nas gestantes, por causa da microcefalia (malformação cerebral causada pelo Zika).
Já para 2017, especialistas e o próprio Ministério da Saúde trabalham com a possibilidade de que ocorra uma alta nos casos de chikungunya.
A explicação é simples: uma vez que a doença é recente (identificada pela primeira vez no Brasil em 2014), a população está mais suscetível.
Só em Santos foram 31 casos de chikungunya confirmados este ano até agora, contra nenhum em 2015.
Com a chegada do verão, a tendência é de alta nas estatísticas e, segundo o infectologista que trabalha na rede de saúde municipal de Santos, Marcos Caseiro, ainda há sub-notificação. Ou seja, os números devem ser maiores.
“A chikungunya vai crescer, não temos dúvida. Com o trânsito de pessoas poupando e preferindo viajar para dentro do próprio País com a crise, indo para o Nordeste onde a infestação é maior, é esperado que a circulada doença aumente”, diz Caseiro.
Cubatão, cidade com o segundo maior número de casos de chikungunua, confirma a tese. Lá houve 17 notificações, nenhuma delas originada no Município (os pacientes são de cidades vizinhas ou viajaram para o Nordeste). Outros 29 casos foram descartados, dois aguardam resultado e em quatro situações os exames foram inconclusivos. Em 2015, registrou-se apenas um caso.
Tanto os governos municipais quanto o Estadual e o Federal dizem que lutam contra as doenças transmitidas pelo Aedes e que há assistência no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, o exame de sorologia para chikungunya na Baixada Santista precisa ser enviado ao Adolfo Lutz, na Capital. O resultado demora um mês. Só em planos de saúde o médico consegue diagnóstico mais rápido (cerca de duas semanas).
Por isso, a orientação de especialistas é para que a população colabore e combata o mosquito. “Se pegarmos o exemplo da dengue, que começou primeiro no Nordeste, mas teve maior epidemia em São Paulo nos últimos anos, podemos esperar que ocorra o mesmo com a chikungunya aqui. É difícil prever quando, mas a certeza é de que o risco do Estado é tão grande (de tê-la), comparado ao resto do País. Resta se proteger e eliminar o Aedes”, diz Freitas, que lembra ainda não existir medicamentos para as doenças, só contra os sintomas.